Todos os dias busco um caminho melhor, mais perfeito, que me conduza a paz que deixei em alguma esquina de milenios atrás... ah, como era atraente o orgulho desmedido, a vaidade insana, o egoismo que me conduzia só ao meu prazer, ou melhor, a minha ilusão!!! Quanto tempo passei só a exigir minha parte de gozo do mundo, sem ver as lágrimas de dor, os olhos suplices de atenção, os rostos esquálidos de quem não tinha um pão para matar a fome das pequenas bocas no lar... ai coração, que tristezas te fiz experimentar, que tortura te submeti para satisfazer minhas vontades desequilibradas. Te afastei do abraço fraterno, das palavras de carinho, do ombro amigo a quem podias recorrer nos momentos mais tristes... te encobri de cinzas de raiva, mágoa e culpa!! Mas disse o Divino Amigo aos corações do mundo: "nada há encoberto que não seja descoberto"! E chegou o dia de tirar o véu da ilusão de sobre meus olhos... vi o que não queria enxergar, ouvi o que não queria escutar... vi o arremedo de homem que havia me tornado, os lares que havia desnorteado, os corações que na minha arrogancia tinha machucado... ouvi os gritos dos que me acusavam, o choro dos que havia abandonado, a canção triste dos ventos que me açoitavam!!! Desfes-se as sombras que me turvavam a vista e maldice minha existencia. Ai arrependimento cruel a cortar meu coração... ó vontade de jamais ter usada a palavra maledicente, o sorriso de desdenho, o punho fechado aos que encontrei. Foi quando ouvi, depois de tantos anos, uma voz de amor, me falar de fé e paz. "Que o Pai jamais fecha a porta ao filho" disse ela e como na parabola do Filho Pródigo meu Pai me esperava de braços abertos... lágrimas incontidas escorriam pela minha face, por haver ainda amor para um réprobo como eu, por existir quem não condenasse ou não apontasse o passado amargo que eu havia edificado... ai que abraço amoroso em qual adormeci após estrada tão tortuosa. Ai que ventura saber do Amor que não se acaba, da mão Amiga disposta a erguer o mais pequeno dos homens... mas que alegria ouvir a palavra confortadora e a instrução edificante a apontar a jornada a recomeçar... a construção a refazer... nada de promessas falsas de facilidades, mas sim de verdadeira responsabilidade e trabalho, esforço e lágrimas... o caminho estava a minha frente e não cabia mais vacilar, mas andar, andar com fé, com coragem e muito amor. A tempos iniciei a nova estrada, lutas não tem faltado, lagrimas tem caido, mas a alegria da consciência reta tem compensado... Ai meu Pai, que felicidade encontrar teus braços abertos após o tabalho duro e os espinhos na carne... o mundo pode me ofertar tudo meu Pai, mas nada pode me completar mais que sentir Tua doce presença no Sol que nasce a cada manhã, na chuva que lava minh´alma, no vento que acaricia minha face... Bendito sejas meu Pai, porque eu estava perdido, mas Vós me encontras-te; eu estava morto e agora estou vivo!! Bendito sejas Infinito Amor!!!!!!!
Um Caminheiro
Um Caminheiro